você não precisa ser igual a todo mundo

“seja diferente. pense fora da caixa. encontre um diferencial.” com certeza você já ouviu essa frase na faculdade, no trabalho, em casa. mas até que ponto ser diferente é interessante para a sociedade? já percebeu que sempre nos exigem esse tipo de conduta, mas só até onde é conveniente para a maioria?

se você tem um emprego, uma pós-graduação, é bilíngue, vai casar e pretende ser pai de família, ok. tá tudo certo. é isso que ainda esperam de nós. se você foge à regra, você não é apropriado, não funciona “e depois não diga que eu não avisei”.

o tempo todo querem que a gente emagreça, que a gente use determinado estilo de roupa, que a gente atenda às expectativas dos outros, aos modelos de vida dos outros, querem nos orientar (sem que tenhamos pedido orientação).

balanço
créditos: we heart it

começa, assim, a autodestruição e o pensamento de que nada do que é feito é suficiente.

por que não recebi aquela promoção? por que fulaninho não continuou comigo? o que eu fiz de errado? será que foi isso que falei? por que minha amiga tá com raiva? minha mãe disse que eu ficava vulgar com essa roupa. será que eu saio com ela?

o mundo sempre nos cobra posicionamentos, nos faz repensar passos, nos empurra um sentimento de culpa. mas, a verdade é que agimos de modos particulares, já que damos valores diferentes aos mesmos assuntos.

então, se você não comunga da mesma visão de mundo da maioria, com certeza, a culpa é sua.

esse processo de adequação social vem desde os primeiros anos e, dependendo de COMO esses valores são passados, os futuros adultos podem se debruçar, de um jeito sofrido, diante de eternos questionamentos sobre o que se é e o que se gostaria que fôssemos.

quem é gay, na maioria dos casos, sofre para se identificar nessa nova “condição” e ainda mais para se aceitar e enfrentar a sociedade sobre a “nova versão”. já imaginou quantas crianças e adolescentes seriam mais felizes, com menos traumas e medos, se nossa educação e valores fossem mais acolhedores e menos preconceituosos?

o que tá em jogo é a nossa felicidade, aquilo que o ser humano busca todos os dias. é a tentativa de encontrar um lugar no mundo, de descobrir-se e poder se aceitar do que jeito que se é sem atender às expectativas alheias.

 

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